NÃO SE TERMINA UMA APNP, ABANDONA-SE.
- Petrônio Portella
- 20 de set. de 2021
- 2 min de leitura
Durante uma entrevista num programa de televisão, ao fazer referência a um de seus discos, Roberto Carlos disse que “não se termina um disco, abandona-se”. O que o cantor tão bem quis dizer é que a obra é tão infinita quanto a capacidade do autor de melhorá-la.
Pensando sobre isso e desejoso de retomar o que disse em julho do ano passado, quando discutíamos sobre o que de melhor poderíamos oferecer aos estudantes numa APNP, teço aqui algumas considerações que, acredito, nas proximidades do início do segundo trimestre do ano letivo de 2021, contribuam para manter as chamas da criatividade e do capricho acesas.
Começo então citando um fragmento de um texto de minha autoria, já discutido entre nós em um de nossos planejamentos:
[...] impossível era conter o prazer, a alegria, o encantamento diante do objeto produzido por ele. O que sempre chamava a atenção era o design. Havia sempre um toque de beleza espalhado sobre o objeto inteiro. Um detalhe aqui, outro ali, e assim Nelson deixava traços de sua alma no objeto. Naquele lugar, todos sabiam que ele fazia as coisas do amanhã.*
Assim como Nelson, somos todos(as) convidados(as) a dar o melhor de nós, melhor dizendo, a deixar traços da alma em tudo o que fazemos, sobretudo, quando o que fazemos tem como objetivo a aprendizagem de crianças e adolescentes estudantes da escola pública. Abandono este parágrafo lembrando Luis Fernando Verissimo, que diz: “Uma instituição não tem cara e não tem alma. Tem história, mas não tem histórias. Cara e histórias têm as pessoas que trabalham na instituição; que são também as que lhe fornecem a alma”.
Elogios e críticas, ambos fundamentais, circundam nossas APNP’s. Os elogios nos animam, nos fazem continuar desejando produzir obras criativas e caprichosas; as críticas apontam limites, equívocos, sugerem deslocamento do ponto de observação e análise, implicam reflexão, compromisso e determinação em refazer, melhorando-as. Tenho acompanhado esse movimento de elaboração de APNP’s da EMEF Ministro Petrônio Portella. Reconheço o empenho de todos(as) em aprimorá-las cada vez mais. Gostaria apenas de mais uma vez lembrar que não se termina uma APNP, abandona-se. Abandona-se, não pelo cansaço, apenas pela convicção de que a perfeição inexiste. O importante é o que se queria dizer de modo simples e direto.
*Sobre educadores e carpinteiros: uma analogia entre a ação de um carpinteiro e a de educadores(as)
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