Conhecer bem uma pessoa é condição para ACREDITAR.
- Petrônio Portella
- 26 de out. de 2021
- 2 min de leitura
Nos meus 37 anos de trabalho dedicado à indústria e à escola, aprendi algo muito valioso: conhecer bem as pessoas com as quais trabalho. Diferentemente dos animais, que já nascem prontos, determinados pelo instinto a viver sua condição animal, os seres humanos nascem não-prontos e, desde pequeninos, mergulham na aventura de conhecer as pessoas, o mundo e a si mesmos. E, nesse processo de conhecer, vão aprendendo a ser mais; a conviver; a tomar decisões; a acreditar.
Tenho dito que as relações de trabalho são potencialmente reveladoras da beleza e da feiúra das pessoas. Por elas, desfilam dinheiro, poder e prestígio. Por isso, é quase impossível que pessoas não se revelem numa relação de trabalho. Assim, o trabalho nos oferece, do nascer ao pôr do sol, a oportunidade de aprender uns com os outros; de melhorar como pessoa; de construir relações elegantes e sinceras; de refletir sobre erros cometidos, e aprender. No fundo, as relações de trabalho nos permitem conhecer bem uns aos outros e, por isso, acreditar.
Nos meus anos de trabalho conheci pessoas maravilhosas, verdadeiras pérolas forjadas no emaranhado de relações que se passam no dia a dia do nosso trabalho. Gente zelosa, responsável; gente simples, como deveriam ser todas as pessoas; gente que erra, reconhece e pede desculpas; gente que ama o que faz e, por isso, faz melhor a cada dia; gente que oferece ao trabalho o melhor de si, do nascer ao pôr do sol; gente sempre disposta a, como costumamos dizer, “quebrar o galho”. Gente humana, passível de erros, mas sempre preocupada em acertar; gente, assim, nos faz acreditar.
Um dia desses, uma amiga minha, Alcione, que trabalha comigo na mesma escola, perguntou-me que avaliação eu fazia do seu trabalho. Respondi que assim que pudesse escreveria sobre isso. Fiquei pensando sobre sua pergunta. Sua atitude é um gesto de beleza humana. Bom seria que tivéssemos todos a humildade de perguntar aos outros o que acham do nosso trabalho, o que acham de nós mesmos. Permita-me, Alcione, dizer que és uma dessas pessoas maravilhosas, em quem acredito. Devo dizer-te o quanto encanta-me o trabalho que desenvolves com os estudantes na coordenação de turno da EMEF Ministro Petrônio Portella. A educação que liberta, que seduz, que humaniza não acontece no interior de uma escola autoritária, diz Paulo Freire. Devo dizer que tua pergunta me ensina, me anima, me faz acreditar.
Com apreço,
Cícero Leão da Cunha
Pedagogo – EMEF Ministro Petrônio Portella
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